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10-04-2012

Aveiro: Biólogas contestam abate de choupos no Alboi


“Começa a tornar-se rotina o corte indiscriminado de árvores, sem que haja uma justificação plausível"

As biólogas Milene Matos e Rosa Pinho advertem que “em Aveiro começa a tornar-se rotina o corte indiscriminado de árvores, sem que haja uma justificação plausível e devidamente fundamentada”. Em causa está o abate de cerca de 20 choupos no Alboi, que a Câmara justificou com as “situações de fragilidade muito preocupantes que poderiam pôr em causa a segurança das pessoas e bens”.
Milene Matos e Rosa Pinho - esta última responsável pelo herbário da Universidade de Aveiro - asseguram que das árvores abatidas “apenas uma pequena fracção estava efectivamente em más condições fitossanitárias”. E “mesmo nessas árvores doentes até o corte pode ser questionado, pois existem outras formas de contornar essa fragilidade”.
Num texto conjunto enviado para o Diário de Aveiro, as biólogas observam que a decisão do município comporta “claros impactos no bem-estar visual e paisagístico, tão característico do bairro, e desaparecido em três dias”. E formulam várias perguntas: “Saberão os responsáveis pelos destinos da nossa cidade o que nos dão as árvores? De que forma contribuem para o nosso bem-estar? Serão meros ornamentos numa cidade?”
Referindo-se ao corte das árvores, sustentam que “temos visto a sustentabilidade ambiental desta cidade ser bastante comprometida com acções desta natureza”.
“Substituir uma árvore velha por uma nova é um acto culturalmente irreversível e levará muitos anos até que a árvore nova possa contribuir para o meio ambiente da mesma forma”, alertam. Acrescentando: “Provavelmente, muitas das árvores que andam a abater na cidade viveriam mais anos do que nós, quiçá que os nossos filhos e netos”.

Acesso aos estudos

As investigadoras afirmam, por outro lado, que as áreas verdes “são dos principais locais de recreio, possuindo um enorme valor educativo, principalmente numa época em que se assiste ao cada vez maior desapego dos jovens aos valores naturais”.
As autoras assinalam que “as pequenas comunidades arbóreas (em conjunto com os arbustos existentes em jardins urbanos) resultam em bosquetes de importância fundamental para a ocorrência e manutenção de fauna, ao nível urbano”. “A urbanização crescente”, explicam, “leva à inevitável perda de habitat que funcione como local de refúgio ou nidificação para a fauna silvestre. Portanto, em pleno tecido urbano, todas as pequenas parcelas verdes existentes têm imperativamente de ser mantidas”. “As árvores antigas apresentam uma importância já profusamente estudada. Esta importância é particularmente relevante para as aves, pois apenas árvores antigas apresentam cavidades naturais que servem de local de abrigo e nidificação”, esclarecem.
“Numa época tão sensível (a de reprodução das aves), não se percebe a urgência do abate das árvores”, argumentam. Notando ainda que “o processo de abate das árvores antigas feito de forma brusca e radical não permite assegurar uma adequada transição das funções ecológicas e ambientais que aí ocorriam”.
As biólogas pedem o acesso aos estudos camarários: “Gostaríamos de conhecer o estudo prévio que justificou tais acções e que tenha fundamentado a situação de perigo eminente para os transeuntes”. “Em concreto, o estudo que tenha contraposto a fitossanidade das árvores vs a sua importância paisagística, faunística e reguladora”.


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